domingo, 28 de agosto de 2016

Pânico e amizade!

Aconteceu comigo aquilo que acho que é o pânico de todos os pais.
Perdi o Gui na praia.
Foi um pequeno instante, talvez 10 minutos, mas de verdade pareceu uma hora!
Estava eu com a Pipa, com os pezinhos na água, enquanto o Gui corria do guarda-sol até onde estávamos vezes sem conta.
Distraí-me um minuto, olhava um cardume que passava e quando olhei de volta para o caminho que o Gui fazia não o encontrei... Olhei para todos os lados e não o via.
Comecei a chamá-lo, primeiro num tom alto, a Pipa já chorava, aos berros. Depois meu chamamento já era para lá de alto, com tom de desespero, e já havia muita gente a minha volta, todos me perguntando detalhes do meu filho. Eu dizia que os calções dele eram azuis com peixinhos coloridos, depois vi que eram carros, não peixes, mas a verdade é que me deu um bloqueio mental!
Não sei dizer se foram 4, 5, 10 minutos, mas pareceu uma eternidade. Eu sentia que ia desmaiar. Olhava para todos os lados...nada do meu magrelo...
Um grupo de pessoas começou a procurar, a senhora que vende bebidas já chamou a protecção civil e enquanto seguia buscando com o olhar o meu filho, oiço um grito, que o  encontraram. Vejo umas vinte pessoas vindo na minha direcção e lá no meio delas o Gui...
Ele vinha rindo, como se estivesse a dar um passeio.
Olhei a volta e vi toda uma praia a suspirar de alívio. Naqueles cinco minutos todos se mobilizaram. Todos se levantaram e vieram ajudar. Consegui sentir a preocupação bem como a alegria daquele monte de espanhóis, solidários, carinhosos.
Depois escutei muitas histórias, quase todas as mães haviam já vivido um momento assim, desse desespero. Fosse na praia, num supermercado, numa feira... Senti solidariedade, nunca nenhuma reprovação.
Cada dia gosto mais dessa gente espanhola!
No final o horror se transformou numa recordação bonita. Ver que o ser  humano  continua bom!

Sem comentários:

Enviar um comentário