quinta-feira, 6 de outubro de 2022

"Cão que não conhece o dono"

 Adoro os ditados populares! Vou tentar manter um hábito de sempre que me lembrar explorar algum!

Hoje é: "cão que não conhece o dono".

Bem, começo por dizer que os ditados populares me encantam no sentido de serem simples, diretos e assertivos.

Quando eu fui gerente num café, tinha sob meu comando umas 8 pessoas. Detestei a experiência, foi das coisas mais frustrantes da minha vida e conheci pessoas que o lado positivo desse conhecimento foi saber que nunca mais as veria! 

Eu tentei de mil maneiras ajudar muita gente, tentava ser compreensiva, emprestei (dei) muito dinheiro para vários funcionários e no fim-do-dia: reclamação, má-criação, traição. Parecia que tinham uma eterna raiva de mim.

Um dia, uma das senhoras que lá trabalhava disse-me: Eugénia, pare de tentar ajudar porque isso é "cão que não conhece o dono". Pensei, que ditado brilhante!

Ele diz tudo, é imaginar um cão, por norma um ser fiel e amoroso, não reconhecer aquele que o ajuda.

São aquelas pessoas que por mais que se faça, que se tente ajudar, guardam uma raiva interna, parece que são combativas logo de cara, desconfiam, se acham mais espertas. 

É um caso perdido. Fez-me lembrar uma pessoa que sempre dizia uma coisa de forma arrogante, mas que muitas vezes é verdade: não tem o substrato para entender a relação. E é isso, muita gente cresceu numa família, num clima de competição, de mal ambiente, de guerra. Provavelmente onde o outro era visto como inimigo, e depois não conseguem reconhecer o amigo, tudo o que vem pela frente é para combater.

Acho que não há volta a dar, é ir lidando, e sempre que possível, se afastar.

Quem não aprende ser bom, nem reconhece bondade, está inapto para esse sentimento. Perde o melhor da vida, que são as duas vias da gratidão, que é sermos felizes por reconhecer o bem que nos fazem, e é ser felizes quando alguém reconhece o bem que fizemos.

Conselho (que ninguém pediu), cuidado com o "cão que não conhece dono", uma hora ou outra ele morde você! 


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