quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

A Mão de Deus

 Essa semana bati os meus recordes de conseguir assistir filmes. Vi três. Gostei dos três.

Mas, há o "gostar" e há o  "fazer uma marquinha no coração", de repente imaginei o meu coração com uma "mini me", prisioneira, lá dentro e tal e qual aos presidiários que vão fazendo aqueles risquinhos na parede, a contar cada dia de sua pena, a pequena Eugeninha faz um risquinho para cada coisa importante, cada filme, cada música, cada amigo, cada emoção...

Cada mini coisa que vejo, vivo, leio, oiço, sinto que fica ali, naquele pedacinho vital do meu corpo. Como se houvesse outra "mini me" no meu cérebro, e mandasse o recado para sua gêmea cardíaca: "esse input merece uma marquinha!" 


 Esse é o tipo de filme que nunca vou esquecer.

Lindo demais, duro demais. Apaixonante.

Novamente Nápoles entra na minha vida de maneira arrebatadora, antes com os livros da minha Deusa, Elena Ferrante, ontem com a "Mão de Deus".

Durante o filme eu via Nápoles e pensava: que sujeira, que barulho, que confusão, quanta injustiça!

E ao mesmo tempo via o que se  via desde Nápoles, o mar, as ilhas, de uma beleza enorme, o carinho entre as pessoas. Ocorreu-me algo estranho como, de tão humanos acabam se tornando desumanos.

Tudo é tão a flor da pele que extrapola para o animal, o instintivo...

Como há muito tempo percebi que o contrário do amor é a indiferença, não o ódio.

Talvez o exagero do sentimento tão humano nos torna animais. Assim como a contenção dos sentimentos, a organização exagerada, a assepsia, a absoluta e incontestável permanência dentro das regras nos torna conceitualmente mais ser humano, mas ao mesmo tempo desumaniza.

E assim é retratado o povo latino, abismo de sentimentos, para o bom e para o mal.

Adorei.


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