Distraio-me muito a fazer sudoku.
É como uma companhia, parece que ao longo da minha prática com o jogo, ele vai ganhando vida.
O sudoku é temperamental, há dias em que ele coopera, guia, vai dando dicas, e numa cadência que quase parece uma dança, fica resolvido rapidamente, torna-se lógico, quase intuitivo. Sabe aqueles momentos em nossa vida onde tudo "se encaixa", os semáforos estão a nosso favor, há lugares para estacionar, o que vamos comprar está disponível, assim como a pessoa que nos atende, ou os nossos filhos já terminaram a aula, e estão a nossa espera, sem ter esquecido de nada... Como quando tudo flui certinho?
Dá uma excitação de sorte misturada com bom planeamento. YES!
Depois há aquele jogo que nem sabemos se é fácil ou difícil, as jogadas não tem grande lógica, ficam meio paradas, não conseguimos encontrar um caminho, estamos a pensar na mesma linha diversas vezes e não conseguimos entender o caminho. Como naqueles dias em que tudo dá para o torto. Erramos a rua, erramos o horário da abertura da loja. Entramos num café e comemos algo que rapidamente não valeu à pena, nem pelo preço, nem pela quantidade de calorias ingerida...Algo simplesmente irritante, e os nossos filhos, que nunca tem pressa atrasam-se de maneira que nos estragam os planos de passar num determinado lugar, por já não haver mais tempo. Jogos chatos! Reviramos os olhos, desistimos, outra hora tentaremos de novo...
Finalmente há aqueles jogos que são mais difíceis, mas de alguma maneira é um desafio aceite, estamos de olhos, mente aberta, mesmo não sendo fácil, dá alguma "pica", dá vontade de desafiar, de resolver. Como naqueles dias que temos dois milhões de coisas para resolver, nem todas saem de feição, mas descobrimos rapidamente como dar a volta à situação, mesmo dando um trabalho profundo, conseguimos, no fim do jogo, quase damos um beijinho no nosso ombro e sentimos um prazer de ter conseguido terminar, o jogo, ou o dia desafiante...
Embora não seja nada em especial a fazer sudokus, sou, sem dúvida, uma entusiasta!
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