No Brasil, a minha profissão era professora de pré-escola da rede municipal.
Não seria totalmente sincera se disse que era realizada na minha profissão, mas gostava, e comecei a dar mais valor ao trabalho quando comecei a ter classes de 5-6 anos, onde trabalhávamos o terreno para a alfabetização.
Acho que tentávamos que a criança aprendesse o máximo dos conhecimentos necessários para a leitura e escrita, pois no Brasil daqueles anos, os 90, a evasão escolar era ainda muito alta e nós, educadores da rede municipal, tínhamos como objetivo ensinar tudo aquilo que era possível enquanto ainda tivéssemos as crianças conosco.
O sistema utilizado naquela época era baseado nos estudos da argentina Emília Ferreiro, que revolucionou a maneira como a alfabetização era feita até então. De certa maneira ela introduziu o construtivismo na alfabetização e eu estava lá, ¨na ativa¨ , quando isso aconteceu.
Sempre concordei muito com sua filosofia e posso dizer que nunca me esquecerei das vezes que tive o privilégio de ver os rostinhos a brilharem no momento exato em que descobriam a chave para ler e escrever... sempre foi mágico, já falei disso aqui.
E claro, com minha filha eu incentivo, observo, ajudo, faço tudo o que eu sei e posso para ajudá-la nesse caminho e ela tem sido maravilhosa!
Ontem foi mais um dia em que fiquei super contente ao vê-la evoluir nessa caminhada.
Ela veio me mostrar esse desenho:
No lado superior direito está escrito ¨ Para Papa¨ .
E eu fiz uma cara de triste e disse: ¨ Só para o Papa?¨
E ela voltou com isso escrito no mesmo desenho:
iparamama
iparafilipa
iparagui
Queria dizer: ¨e para a mamã, e para a Filipa e para o Gui¨.
Lindo, não é? Eu acho!
Sem comentários:
Enviar um comentário