terça-feira, 29 de novembro de 2022

Quase correr...

Desde que mudei-me para Portugal, por culpa da turma de amigos do meu marido, sempre a "corrida" fez parte da minha vida. Nunca corri grande coisa, mas participei de várias mini-maratonas. Já lá vão muitos anos e houve sólidos anos em que não corri.

2004 corri atrás futuro 1º ministro

Com a pandemia, o ginásio sempre causou-me um certo medo, se calhar ainda o único lugar em que me sinto desconfortável, muita gente bufando ao mesmo tempo e nem sei dizer exatamente quando durante a pandemia, voltei a correr. Mas não é bem uma corrida, descobri hoje que o que eu faço é mais um jogging, quando li na NiT essa definição do PT Tiago Silva:

“Já o jogging consiste em correr num ritmo menos acelerado, sem pensar em tempos ou distâncias por questão de stress ou até de saúde. No fundo, ninguém esta ali para bater recordes pessoais nem atingir grandes objetivos. Passa muito mais desfrutar da vista e de toda a envolvente. Portanto, controlar os batimentos e ritmos também não é uma necessidade”, conta à NiT o também criador do grupo “No Limit Runners“.

Achei a definição perfeita para lá o que eu faço. Corro devagar, corro me poupando, corro sem desejo de superar os meus limites, pois já os considero superados uma vez que que custa-me tanto estar a fazer aquilo que eu faço, vai tão contra a minha vontade, que estar ali, para mim já é uma grande superação!


Outro dia, uma senhora que trabalha num sítio onde eu costumo passar a quase-correr, me parou para explicar que tem me observado e acha que eu estou estagnada, não evoluo, estou sempre no mesmo passo, e que devia fazer isso e aquilo...Tentei argumentar, explicar as minhas intenções, motivações, mas ela estava tão convencida de que eu estava  sendo pouco, que desisti. Esses anos de Bolsonaro e Trump esgotaram completamente a minha capacidade de tentar argumentar. Chega naquele ponto em que eu digo: ok, está certo e sigo.

Desde que voltei a quase-correr, tenho sido consistente e sistemática, sinto mesmo resultados no meu corpo, tenho conseguido manter o meu peso, tenho me sentido bem. Sigo odiando cada passada, o que me motiva é saber que vai acabar!

Portanto tem sido assim, como em tudo sou pouco ambiciosa, mas acho que uma coisa boa da meia idade é ser generosa comigo mesma, é dar aquele beijinho no meu ombro e dizer: tá ótimo Maria Eugênia, tá ótimo!


 

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