sábado, 2 de maio de 2020

Matsu, botellas que adoro!

É engraçada a sensação que tenho cá em casa, parece que estou eternamente a terminar alguma coisa,estou a fazer alguma mudança, estou a desejar algo aqui e ali e a casa nunca termina.
De qualquer forma, adoro muitas coisas que tenho, que de valor financeiro tem pouco, mas que guarda sempre uma boa recordação, me envia para um outro lado, me faz sorrir, assim, enquanto passo pelo corredor...
Já nem sei há quantos anos, 3 ou 4, não sei, cruzei-me com as garrafas de vinho Matsu. Estávamos em Ayamonte, num dos meus lugares preferidos, onde vamos "picar" qualquer coisa e experimentar um novo vinho, quando vi as garrafas fiquei apaixonada, achei que elas eram lindas, e por muito tonto que possa parecer, ela me emocionaram.
Garrafas, El Pícaro, El Recio e El Viejo
Adorei a ideia das três gerações, fiquei como boba, olhando para as garrafas, a imaginar que aquelas
imagens fossem mesmo dos donos da adega, que criaram o seu vinho, cada um a seu tempo e que fizeram as garrafas.Fiquei ali, a imaginar um longa história, baseada naquelas três fotos, me perguntei como se chamariam, como seria a relação deles, enfim, viajei com aqueles senhores. E claro, quis ter as garrafas para mim, agarrar aquele momento, aquela emoção, e colocá-las em algum lugar na minha casa eternamente em mudanças!
Demorou muitos meses, alias, talvez 2 anos, desde a compra, até decidir onde elas ficariam.
Ah! desfrutamos do conteúdo, e sem grande surpresa, os vinhos corresponderam a idade de cada um deles, quanto mais velho, melhor. E, tendo em linha de conta que não sou nada entendida de vinho, e nem tive oportunidade de experimentar vinhos muito caros na minha vida, a garrafa do "viejo", foi a melhor experiência de vinho que tive, adorei!
Bem, nem imaginam as voltas que essas garrafas foram dando, imaginei colocá-las das mais diversas formas, nos mais diversos lugares, mas depois, era hora de ir buscar as crianças, ou de ir para a ginástica, ou qualquer compromisso, que no final iam sendo deixadas para qualquer outro dia.
Cheguei até a comprar um expositor, para colocá-las, mas nunca decidia, não havia tempo.
Expositor, comprado no Arboretto
Até que o tempo de repente surgiu numa quantidade gigante na vida de muita gente, inclusive na nossa, e além do tempo, surgiu uma grande clausura.
E pronto, pude pensar nas minha amadas garrafas!
Já tinha o expositor, mas não sabia ainda onde por...
E decidi que seria dentro de uma prateleira fechada, por não ficarem presas a nada, ficam muito instáveis, assim, o lugar ficou decidido.
Depois achei que ficavam muito sozinhas, ali, numa prateleira, mas não tinha ideias...

Até que a Pipa disse-me para colocar umas folhas secas... mas onde? Estamos presos em casa, certo?
Lembrei-me que tinha umas flores, sementes, paus num outro arranjo, e a minha querida filha, se encarregou de colocar tudo em volta!
Ideia a ganhar forma
E eu, adorei! Assim, essa prateleira da minha estante vai ficar ali, e eu, quando olhar para ela vou lembrar de Ayamonte, do verão, da história que criei na minha cabeça, dessa pandemia, da sensibilidade aflorando na minha filha, enfim, de mil coisas, grandes e pequenas, que vão dando sentido a vida que eu quero viver!

Flores, paus, sementes secas da Pipa


Ficaram ali, do lado direito, na parte de cima!





1 comentário:

  1. E ficou muito bom e a história que o acompanha é mais linda ainda!!Parabéns à Filipa pela sugestão.

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