Havia um Rei muito vaidoso, para além de vaidoso, era pouco
inteligente. Melhor dizendo, era extremamente vaidoso e pouquíssimo inteligente,
ao ponto de não ter dúvidas, ao ponto de acreditar tanto nas suas certezas que,
mesmo diante de evidências gigantescas, continuava acreditando naquilo que ele
acreditava (naquilo que lhe dava mais jeito).
Dois malandros, sabendo que naquele reino, reinava um Rei
assim, ingénuo e vaidoso, viram que havia ali uma maneira de ganhar uns cobres.
Pediram uma reunião com o Rei, para lhe apresentar um tecido maravilhoso, super
especial, mas advertiram que, apenas as pessoas inteligentes e com muito bom
senso conseguiriam ver o tecido, os tolos não conseguiriam ver nada.
Na verdade não tinham nada dentro da caixa, mas fizeram
gestos com o ar, a fingir que carregavam uma nobre peça de tecido.
O Rei nada viu, mas como tinha acreditado na história dos
malandros, e não queria passar por tolo, fingiu ter visto a peça mais linda de
tecido que já tinha visto na sua vida! Rapidamente pagou algumas moedas de ouro
e os malandros foram embora, rindo pelo caminho!
Logo depois, o monarca chamou os costureiros, que também
não querendo passar por tolos, coseram o ar, fazendo o melhor que podiam para
satisfazer o Rei. Levaram horas, inventando um trabalho e ninguém se atrevia a
dizer que nada ali havia…
Todos viam, ou melhor, não viam a loucura, mas todos tinham
medo de dizer a verdade (que não existia tecido nenhum), e a loucura ia
ganhando uma grande dimensão. E o Rei, muito satisfeito, marcou um desfile,
para mostrar a sua nova roupa.
O Rei vaidoso e pouquíssimo inteligente, orgulhoso por achar
que tinha se passado por inteligente, saiu do castelo e foi caminhar pelas
ruas. Sentia-se muito satisfeito por sentir um grande apoio da população,
população essa, que já tinha sofrido muito com a Rei anterior, e agora tinha
uma grande fé nesse reinado, de maneira que se adaptavam a qualquer realidade,
engoliam qualquer coisa, num compromisso quase religioso.
Saiu para o desfile como veio ao mundo, nu, e se ele já era
ridículo vestido, despido era pavoroso. Mas todos faziam ar de encanto, olhavam
para o Rei, ali com tudo a mostra, e com o seu ar triunfal, e benziam-se,
acenavam, agitavam bandeirolas com o brasão do reino!
De repente uma criança olha para o Rei, e não tendo nenhum
compromisso, nem preconceito, nem fé, nem ressentimento, nem uma visão
maniqueísta de nada, viu a realidade, viu um Rei, com todas as suas “vergonhas”
de fora, apontou o dedo e disse:
“Vejam! O Rei vai nu!”.
A população ficou indignada e rapidamente começaram a gritar para a criança: "Cale-se seu comunista!"
A criança, por sua vez, encolheu os ombros, nem sabia o que
significava ser “comunista”... mas conseguia ver claramente a bunda do Rei! E era feia!
Fim da história!
O Rei realmente está nu, a tentar cobrir o povo, que os antecessores, menos inteligentes ainda, deixaram literalmente nus. A bunda do rei, assim como sua fala, são feias, mas sua luta contra o comunismo é coberta de tecidos nobres.
ResponderEliminarMinha fala é feia? Onde e por que? Ah! Já sei, falaram mal do Rei! Sim, o Rei, que está a cobrir o povo, claro que sim, esforça-se tanto... Aliás, nobreza é o que mais caracteriza esse Rei... Não sei se a fala está feia, mas certamente é irônica...
ResponderEliminarInacreditável!!!Adorei
ResponderEliminar