Os podcasts tem sido uma grande companhia nas minhas idas e vindas do trabalho.
Adoro música, mas adoro uma boa história. Adoro falar, mas adoro mais ainda ouvir histórias, um grande prazer.
Oiço muitas vezes o "Modern Love", histórias tão emocionantes, tão bonitas. Como os locutores falam muito claramente e com um inglês dos EUA, eu consigo entender quase tudo.
Eu sempre gosto muito de tudo, mas tem alguns que me emocionam profundamente. Hoje e escutei um chamado "One man´s trash"que me tocou imenso e fez refletir num tema que me é caro: Coisas.
Já falei mil vezes que sou desapegada de tudo o que é material no sentido emocional. Para além dos meus diários, cartas e de fotos, quase tudo é pura e simplesmente um objeto. Obviamente meu apego é financeiro com as coisas, dou o valor monetário de cada coisa. Quanto mais caro e frágil, mais eu cuido, mas emocionalmente é uma "coisa".
Meu carro tem valor monetário, se dinheiro não fosse a questão, o carro é o carro, montes de peças juntas que nos transportam de A para B. Talvez o valor que eu dê tenha a ver com a capacidade de substituição. Substituir um carro é muito mais difícil que substituir uma caneta, logo valorizo mais o carro, mas sem apego emocional.
Eu por exemplo não dou muito valor para um livro, enquanto objeto, tanto faz, depois de lido emprestar para mil pessoas, se a capa vem com um amassada, se por alguma razão o livro nunca volta para mim... Quero a história, quero a "alminha" do livro. E, por ser uma "coisa" relativamente em conta, menos valor dou. Se por alguma razão tiver que substituí-lo, é possível.
Uma joia, uma geladeira, um sofá, um enfeite, são "COISAS", das quais eu posso gostar muito ou pouco, mas quero, faço questão de vê-las como coisa. Obviamente há objetos que eu adoro, como um relógio que perdi e depois o Jorge deu-me outro igual, mas lá está, foi substituído.
Tudo tem o valor que a gente dá e, para mim, para não ter tanto apego, que custa, que dói, tento distanciar o meu coração daquilo que dá para substituir...Tem funcionado.
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