É sempre uma alegria ver nascer mais uma esperança de vida, mais um pote, prontinho para ser inundado de todo o amor da família!
E cada vez que alguém nasce é inevitável que me venha à memória o poema de João Cabral de Melo Neto, "Morte e Vida Severina".
Embora as circunstâncias do nascimento do meu sobrinho sejam muito diferentes da criança da história é no momento do nascimento, na alegria que gera a chegada, nesse pequeno instante, nesse milagre, nesse momento único, da saída do corpo mãe para o mundo, que encontramos alguma coincidência, algum ponto em comum...
Essa última parte do poema ( spoiler!!!) é das coisas mais linda que eu já li, por isso partilho:
E não há melhor resposta que o espetáculo da vida: vê-la desfiar seu fio, que também se chama vida, ver a fábrica que ela mesma, teimosamente, se fabrica, vê-la brotar como há pouco em nova vida explodida; mesmo quando é assim pequena a explosão, como a ocorrida; mesmo quando é uma explosão como a de há pouco, franzina; mesmo quando é a explosão de uma vida severina.
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/morte_e_vida_severina
Fonte: https://www.passeiweb.com/estudos/livros/morte_e_vida_severina
"E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar o seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotá-la como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo como quando é uma
explosão como a pouco, franzina,
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina"
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