Assim como fico admirada com a velocidade com que as crianças crescem, notar que já faz 14 anos que desci a Guerra Junqueiro, para numa conservatória assinar os papéis e sair de lá com um certificado de casamento, também me surpreende.
E tenho dificuldade em escrever aqui sobre o meu casamento, porque tenho uma visão muito pouco romântica e não é assim que se espera um texto sobre o casamento...
Um dia, quando o assunto surgir com meus filhos, eu acho que diria, que a relação de casal é dura, é confusa. Geralmente há muitas divergências pois as expectativas das pessoas são muito diferentes, muitas vezes fazemos coisas que queríamos que o outro fizesse por nós e nos sentimos desvalorizados, sentimos que não recebemos o troco e que aquilo que fizemos não foi apreciado, mas se pensarmos bem, damos aquilo que na nossa expectativa é o melhor, nem sempre é aquilo que a outra pessoa quer, a expectativa dela é outra, e se calhar ela até sente a mesma coisa...
Juntam-se vivências muito diferentes e estamos constantemente nos encaixando na nova realidade, pois estamos sempre a mudar, a envelhecer e a convivência é um eterno exercício de adaptação.
Mas depois que surgem os filhos, pelo menos para nós, pelo menos nesse momento, tudo ficou secundário, é um momento de harmonia no objetivo, onde em conjunto lutamos para que a vida desses pequenos seres seja a melhor possível, e o casamento fica um pouco em stand by, afinal não há lá muito tempo para discutir a relação, o que se calhar é bom.
E o tempo vai passando e quando olhamos para os lados, pra trás e vemos tudo que foi construído, feito, viajado, convivido, fases e fases da vida... sei lá, temos nos aguentado bem.
Somos pessoas com um gênio bastante forte, e nossa vida como casal tem sido um braço de ferro, mas olha, um braço de ferro muitas vezes bastante divertido, outras bastante irritantes!
Mas até hoje temos nos apoiado, respeitado e crescido juntos. Que seja eterno enquanto dure!
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