sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Quando não dá mais...

Acho que eu nasci para casar. Assim, nasci programada, e quase 100% do meu tempo pensava em ¨quando encontrar a pessoa certa¨ . Muitas vezes nesse minha obsessão, acreditei que tinha encontrado ¨ o tal¨, aquela pessoa sem a qual minha vida não teria mais sentido... Muitos desses candidatos ¨ a tal¨ eu nem lembro o nome- tamanho o meu amor, outros eu me lembro e automaticamente me benzo, outros eu me lembro e dou um sorriso...
Quando conheci o meu marido senti que sem ele não poderia viver, mas lá está, já tinha sentido isso milhões de outras vezes. Mas por acaso até hoje tem dado certo, e como já expliquei, ¨dar certo¨ não significa ser fácil, ser sempre bom. Não, não é. Mas por enquanto faz todo o sentido, gosto dele e da vida que estamos construindo,logo, quero ficar com ele, mas... até quando?

Bem, se eu pudesse decidir simplesmente, se algo me garantisse que seria sempre assim, responderia, queria que fosse para sempre, e espero honestamente que seja... mas nem sempre é assim, portanto como acredito no casamento, acredito também na separação ( mãe, não se desespere, que não tenho planos de separação, é só uma introdução a esse assunto!)

E quando é que a separação é melhor que ficar junto? Ah, eu acho que logo que sentimos que não dá mais... que não há mais vontade de ficar junto. E não precisa nada de dramático acontecer, não precisa haver uma briga muito grave, ódios, nada disso.  Quando aquela chama apaga, quando olhamos para pessoa e não temos vontade de estar com ela, quando sentimos que a vida ao lado dela não tem graça, e às vezes até torcemos para que ela passe rápido por ser tão triste, quando prefirimos estar com qualquer outra pessoa do que com ela,  aí acho que é a hora de por a ¨viola no saco¨ e ir tocar para outras freguesias. Mesmo sendo muito difícil.

E acho também que é de certa forma pior quando o amor acaba assim, só por desgaste... Porque achamos que precisamos de uma explicação razoável para por fim ao casamento, do tipo :  ele era agressivo, ele me tratava muito mal, ele me traía, ele jogava, ele bebia... Com esse tipo de explicacação, muita gente (principalmente as mais velhas), ficam meio que convencidas que talvez tenhamos alguma razão... mas como explicar:  apesar de ele ser uma boa pessoa, ser o pai dos meus filhos, e conseguirmos ter uma vida razoável eu não quero mais ficar com ele...

O que ? Terminar um camento assim? Acha que a vida é fácil? Acha que o casamento é coisa que se acabe? Essas modernices... a vida é mesmo dura, tem que aguentar-  Não é esse o tipo mais normal do julgamento?

Mas sabe, acho que é muito mais corajoso assumir esse término e aguentar as consequências dele, do que viver uma vida inteira de aparências, só para deixar os outros sossegados e contentes e colocar nossa vida numa prateleira, onde essas outras pessoas julgam que a gente encaixa tão bem.

A vida, até onde temos provas, é uma só, e devemos vivê-la com verdade e se possível com felicidade também, lutar por ela e espalhar essa felicidade aos que nos rodeiam. Uma vida de mentiras só faz sofrer todos que estão envolvidos nela.

Assim, querida, querida amiga, para quem escrevo isso, como se diz por aqui ¨É impossível fazer uma omelete sem antes quebrar os ovos¨ . Muitas coisas tem que se partir para depois mudar e se chegar a um outro resultado...

É muito triste, imagino, é muito difícil, mas não é o fim do mundo ( ou talvez seja no dia 21, mas não será culpa sua), a vida continua... muita força, e muitos beijinhos...

2 comentários:

  1. Oi, Maria Eugenia, você é muito sábia! A vida a dois (ou a quatro, com seus "miúdos") não é sempre um mar de rosas mesmo. No meu caso sempre foi a seis, pois tenho quatro filhos, todos adultos hoje.
    Meu marido também dizia algo muito interessante quando ainda éramos namorados:

    O amor não é estático, mas dinâmico. Parece-se com a luz daquela lampada, ora brilhando mais, ora quase desaparecendo entre as folhas daquela árvore, balançando ao vento. Mas sabemos que embora brilhe menos, está sempre lá. Só precisamos saber esperar que o vento vire a favor...

    Por essa e outras casei-me com ele, há 46 anos. Ele não é de fácil convivência e nem sei quantas vezes arrumei minhas malas, mas nunca fui embora, porque "o amor estava sempre presente"... E também, o que digo a todos os amigos, é que nunca, em toda a nossa vida juntos, tive um só momento de tédio.

    Paixão, ternura, raiva algumas vezes, até ódio algumas outras, mas admiração quase todo o tempo, orgulho da inteligencia e da personalidade dele, enfim, uma mescla de sentimentos muito fortes que seguraram o casamento todos esses anos.

    E o melhor de tudo é que sinto da parte dele plena correspondência, na mesma medida.

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    1. Acho que você tocou num ponto que eu considero essencial na vida a dois, e esqueci de citar no meu post, que é a admiração... essa é fundamental, temos que olhar para pessoa e sentir alguma admiração, seja pela inteligência, competência, caráter... enfim, quando não admiramos,quandonão sentimos orgulhode estar ao lado da pessoa...acho que fica muio difícil, não é?
      E parabéns 46 anos é bastante mesmo!

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